sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Os chakras e a paixão!




Em uma das aulas de yoga trago um assunto que interessa meus alunos: os chakras. Explico que cada centro energético está relacionado com um elemento: o primeiro chakra (sobrevivência, tribo, família) é terra. O segundo chakra (relacionamentos, sexualidade) é água. O terceiro chakra (poder, ego, auto-estima) é fogo. O quarto chakra (amor, compaixão) é ar. O quinto chakra ( expressão verdadeira, capacidade de colocar as palavras em ação) é o espaço ou éter. E como a aula era sobre o quarto chakra, fiz uma pequena ilustração de como estes chakras estão correlacionados numa situação hipotética em nossas vidas: a paixão. Expliquei aos meus alunos que quando nos apaixonamos, ficamos nas nuvens e a primeira coisa que fazemos é tirar os pés do chão, da terra. Acabamos com a terra (primeiro chakra) e ficamos enredados nas emoções (segunda chakra – água). O nosso “fogo” aumenta (terceiro chakra) e queremos “dominar” o outro com a nossa paixão e assim “sufocamos” (quarto chakra – ar) e deixamos o outro sem ar e ainda falamos que o amamos, ou seja, expressamos algo e agimos de outra forma (quinto chakra – éter ou espaço). Quando não há espaço para o amor o ar não se propaga. E quando o ar acaba, o fogo não tem mais como fazer a combustão e ele apaga. Começa a desilusão e nos derretemos em lágrimas (água) e voltamos à “dura” realidade (terra). Falei para meus alunos que “damos com a cara no chão”. Ficaram surpresos e expressaram um pouco de revolta com a minha linha de pensamento, mas perceberam que é isso mesmo que acontece.

Como é bom se desiludir, já disse Prof. Hermógenes. E como fazemos para mantermos nossos centros energéticos em equilíbrio? Bom, precisamos sentir o que nos move, qual chakra nos impulsiona, pois muitas vezes agimos sempre a partir deste centro e causamos desequilíbrio nos demais. Bater com a cara no chão, na porta ou em algo duro sempre nos traz para a realidade e a possibilidade de quebrar alguns ossos. Chorar até se debulhar é um processo de limpeza, purificação também pode nos deixar mais amolecidos. Aquecer o coração é bom, mas arder em chamas pode ajudar a torrar o ego e causar também uma úlcera ou coisa pior. Falar para se convencer que é verdadeiro e não agir nesta direção é perder a energia mais valiosa que temos: a palavra, e ainda por cima, dar com a língua nos dentes. Aí é que entra o discernimento que vibra no centro da testa e nos fazer “ver” com clareza as nossas insanidades. Desenvolver o bom senso é sempre a melhor coisa a fazermos e fique atento: quando há muita empolgação, aquela alegria desmedida que dá até vontade de dar uns saltinhos, talvez aí more o desequilíbrio. Pode dar os pulinhos, mas caia firme no chão, alinhe sua emoção, oriente seu poder, abra espaço em seu coração e expresse a sua natureza amorosa para que o seu sexto chakra (terceiro olho) possa a “ver” o que realmente é verdadeiro. E depois é só ir para abraço luminoso do sétimo chakra e se unir aos deuses que criaram a Paixão: Shiva e Sakti!

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